Dudy por Karai
Dudy sempre foi aquele tipo de pessoa que gosta de fazer bem feito. Se não for para caprichar, não conte com ele. Fazer o certo, com dedicação e respeito, ao público e à ele mesmo. Com qualidades de sobra, amizades fortes são consequência. Querido em toda a cena do Metal nos anos 80, 90 e adiante em BH. Se quer ouvir música boa, um papo sensato, esse é o cara. Vive bem longe agora, mas continua pertin’ demais da conta. Um abração para o grande Duréééxxxxx!!!!
Por Eduardo Gordo Davis
Qual a maior dificuldade que as bandas enfrentam atualmente?
Atualmente a cena é mais “eu quero o agora”. As pessoas não querem aprender a gostar de algo novo. Só vale a pena ter um entretenimento imediato. Por isso a cena “cover” eh a mais forte no mundo todo. Confesso que eh divertido. Eu gosto também e faço parte da cena “cover”, mas que realmente tem um impacto grande em autorais, isso tem.
A tecnologia faz diferença no som da banda?
Hoje em dia é mais fácil se fazer um som bom. Antigamente, lutávamos com equipamento. Por isso, tocar era mais difícil. Instrumentos de qualidade e efeitos ao alcance das mãos facilitam a vida do músico e agradam a plateia.
Qual a importância das letras na sua opinião? O publico se interessa pelas letras?
Eu gosto de acompanhar as letras. Se elas forem boas eu gosto mais ainda da música. Mas se forem ruins, eu simplesmente as ignoro e curto a musica do mesmo jeito.
Qual a maior satisfação que você teve com musica até hoje? Foi embaixo do palco ou em cima do palco – ou no backstage?
Ano de 1990. Em cima do palco, tocando no Ginástico com o Poseidon. Abrindo para Kamikase e Overdose (filmagem do Gordin).
A busca por um som diferente é uma constante?
Som diferente de instrumentos, sim… sempre busco. Som diferente de bandas, nem tanto. Eu estou estacionado nos anos 80. Praticamente tudo o que ainda ouço eh dessa década.
Qual o seu envolvimento com a cena atualmente?
Toquei durante alguns anos em duas bandas covers na Ásia. Atualmente moro em um país e tenho uma banda em outro. Quanto temos show eu viajo para tocar com eles. Já toquei em diversos países (Filipinas, China, Vietnam e Hong Kong), ou apenas sozinho ou dando canjas com outras bandas. Me divirto muito.
Quais os estilos e bandas merece a sua atenção hoje em dia?
Como dito anteriormente, ainda escuto praticamente as mesmas coisas que escutava na minha adolescência, com algumas poucas exceções. Das bandas mais atuais eu gosto de Ghost.
O que você ouve de metal nacional?
Ainda escuto Viper e Sepultura com uma certa frequência.
Em 10 anos, ainda estaremos aqui?
Eu não estou aí.
O que pode mudar para melhor nos eventos que os produtores nacionais oferecem para as nossas bandas?
Pagamentos mais justos. Não sei como esta a cena atual no Brasil, mas acredito que ainda seja um grande fator, pois é mundial.
O rock ainda tem o poder de transformar mentalidades e efetivar mudanças sociais e políticas duradouras?
Transformar mentalidades para gosto musical. Não acredito em mudança de mentalidade em função da música, acredito em afirmação de posições sociais e identificação.
Livros são fontes de inspiração para sua músicas?
Sim. Eu mesmo já fiz música baseada em livros que li.
Quais livros fizeram sua cabeça?
Os melhores livros que já li foram do Winston Churchil, Stephen King e do seu filho Joe Hill. Gostei muito da biografia do Paul Stanley também.
O que falta no metal nacional?
O publico dos anos 80.
Banda favorita de todos os tempos e estilos?
Iron Maiden
Qual CD você daria de presente para o seu pior inimigo?
Cannibal Corpse, mais difícil dele gostar. Se eu der axe ou pagode, vai que ele gosta.
Cerveja, água, tequila, whisky, suco, cachaça, refri?
Água e suco normalmente e cerveja com os amigos.
Quem é você fora da cena?
Pai de família, trabalhador de banco.
E o Karai?
Amigos queridos entusiasmados e empenhados em fazer a diferença pela cena musical.
Desce a lenha no que quiser. Seu espaço para digna indignação, protesto e o que mais precisar falar.
Nunca fui muito de descer a lenha. Acho que tudo tem os dois lados e percebo que minha interpretação não é universal. O que me deixa indignado é comemorado por outros, portanto, de uns tempos pra cá acho que prefiro me calar.