Henrique Lima – Black Feather Klan, GodAlien e Hey! Mister

Henrique por Karai

Existem muitos casos de multi instrumentistas mas, no caso, o nosso entrevistado é um “multi bandista”. Baterista sólido, com amplo conhecimento de estética e design, Henrique mantém seu trabalho com três bandas. Música na veia, metrônomo na cuca, música pesada na memória. Um kara do tipo essencial para levantar a cena underground em qualquer lugar do mundo. Contamos com ele para enriquecer nossos palcos.
Por Eduardo Gordo Davis – Karai

 

Escreva uma mini bio: Nome, nome artístico, banda, instrumento, função na banda e o que você achar interessante citar.

Henrique Lima, atualmente nas bandas Black Feather Klan, GodAlien e Hey! Mister. Nas três bandas sou o baterista, e nesta última ainda faço backing vocals. No BFK, que é a parceira do Karai, sou também o encarregado de movimentar as redes sociais da banda.

Comecei a tocar bateria meio tarde, quando eu tinha uns 16 anos foi a primeira vez que sentei num kit e percebi que “arranhava” alguma coisa. Depois disso passei a tocar esporadicamente quando tinha a oportunidade, até formar minha primeira banda, e a partir daí tive algumas outras bandas,  evoluindo até hoje.

 

Falando um pouco sobre o passado, quais são as melhores memórias de quando começou a tocar?

 

Quando você sabe pouco ou nada sobre um instrumento, cada novo aprendizado é um mundo novo que se apresenta. Então, quando você é iniciante, tudo é muito excitante e emocionante. Lembro-me de quando conseguia “tirar” alguma música que gostava, era marcante.

 

Que bandas você ouvia quando começou a tocar?

 

Principalmente Metallica, Sepultura e Slayer.

 

Você diria que eles foram uma influência em sua música?

 

Totalmente. As três tinham bateristas que eram e continuam sendo ícones do instrumento até hoje, e são os caras que me fizeram amar bateria.

 

O que você tem ouvido recentemente?

 

Muita coisa, desde jazz, blues, prog, até metal extremo, principalmente Black Metal, passando por Stoner, Doom, etc. Tem algumas coisas de eletrônico que me interessam também!

 

O que você ouve de metal nacional?

 

Sempre tem bandas boas aparecendo, aqui em BH, no Brasil todo.  Acompanho as novidades. E claro, nunca deixo de escutar os clássicos!

 

Quais são seus planos musicais para o próximo ano?

 

Ano que vem queremos lançar o segundo full do BFK. Já estamos com a maioria das músicas prontas, e com planos de finalizar tudo e gravar as músicas até o fim desse ano e, se tudo der certo, fazer a mixagem e masterização com um produtor alemão.

 

O metal mudou muito em termos de som e estilo durante esses anos. Quais são as suas impressões?

 

Eu acredito que durante muito tempo houve uma supervalorização da técnica e do perfeccionismo em detrimento do feeling. Produções muito limpas, bateria trigada, som digital demais… Mas vejo que recentemente há um movimento na contramão dessa tendência… muito disso aliado à onda retrô que está em voga atualmente! Produções mais orgânicas, amplificação e captação analógicas… Gosto muito mais do metal assim!

 

O rock ainda têm o poder de transformar mentalidades e efetivar mudanças sociais e políticas duradouras?

 

Acredito que esse poder, hoje, é muito menor do que já foi um dia! O Rock e o Metal sempre foram berço de ideais fortes, de contracultura, de contestação. Hoje há uma massificação e comercialização muito grandes do estilo. Vide grandes lojas de departamento vendendo camisetas de AC/DC e Black Sabbath. Mas isso é reflexo do próprio sucesso como estilo musical, da aceitação por um grupo maior de pessoas.

 

Como você descreve a cena metal hoje?

 

Muitos interessados, muitas bandas, mas pouco envolvimento com a cena e com os eventos. Muitos “fãs de Youtube”.

 

Como resgatar e promover o metal nacional?

 

Vejo o metal nacional num bom momento. As bandas que se propõem a ser profissionais estão conseguindo boa visibilidade, inclusive fora do Brasil. A internet e as facilidades do mundo atual viabilizam uma promoção que antigamente era inimaginável. Quem investe está colhendo!

 

E o Karai?

 

É uma excelente iniciativa pra essa profissionalização! Long live!

 

O que falta no Brasil para que o artista possa realmente viver de seu trabalho?

 

Valorização da diversidade e do novo. Produtores que apostem em algo que fuja do padrão e um público mais cabeça aberta.

 

Qual a sua opinião sobre a ditadura musical da atualidade?

 

Reflexo da sociedade como um todo. Massificação do consumo e incentivo à padronização refletem esse cenário musical horroroso que vemos hoje.

 

Quais livros fizeram ou estão fazendo sua cabeça?

 

Sempre gostei mais de ler ficção. Meu favorito é “O Senhor dos Anéis”.

 

O que você tem a dizer para quem deseja sair do armário dos instrumentos empoeirando e quer viver de música?

 

Tem que ter coragem, obstinação e trabalhar duro.

 

Henrique

 

 

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