Mozart por Karai
Mozart tem nome de gênio musical e tem todo o potencial e paixão para ser. Dedicado em estudar e aprimorar sua técnica, é conhecido por dominar a arte das cordas e por sua tremenda timidez. Qualidades que nem sempre estão em guitarristas, que quando são egocêntricos tocam menos do que acham que tocam e mais do que deviam. Não é o caso do Mozart. Ainda vamos ouvir muito falar desse mestre do Karai. Não espere que ele fale, só escute-o tocando!
Por Eduardo Gordo Davis – Karai
Mozart Martins é dedicado e talentoso guitarrista na banda Scream Ape. Conheça seus trabalhos e a banda Scream Ape através dos links: www.facebook.com/mozart.martins.1 e www.facebook.com/bandascreamape.
Falando um pouco sobre o passado, quais são as melhores memórias de quando começou a tocar?
Lembro-me bem da vontade que tinha de aprender a tocar violão / guitarra. Eu tinha 15 ou 16 anos e achava incrível a sonoridade do instrumento. Ficava bastante tempo vendo alguns tios meus, praticando violão e teclado em casa. Um deles era músico na noite de BH e óbviamente não tinha tempo para ensinar. Até que um dia ele jogou fora um violão Gianini com o headstock quebrado. Peguei escondido e resolvi colar, o que ficou um serviço bem “porco” (risos), mas tinha um som bem legal… Comprei diversas revistas de cifras em bancas de jornal, aprendi alguns acordes e dali pra frente não larguei mais. Consegui minha primeira guitarra pouco depois, custou cerca de R$100,00 e mais parecia um berimbau! Nela aprendi meus primeiros riffs. Juntávamos a galera que tocava algum instrumento na casa de amigos e ali ensaiamos e curtimos nossas primeiras performances.
Que bandas você ouvia quando começou a tocar?
Ouvia bastante Metallica, Iron Maiden, Megadeth, Guns’n’roses, Skid Row, Bon jovi, Mr. Big e guitarristas como Steve Vai, Joe Satriani e Paul Gilbert.
Você diria que eles foram uma influência em sua música?
Com certeza! Muito do conhecimento e técnica que construí até hoje vem de riffs, melodias e solos dessa galera aí!
Qual é a sua banda favorita?
Ah! Metallica! Desde que me conheço por gente!
Qual é o seu disco favorito deles?
And Justice for all. Este disco marcou muito e mudou completamente a maneira que eu enxergava e tocava guitarra.
O que você tem ouvido recentemente?
Hoje em dia tenho escutado algumas coisas bem diferentes, gosto do som de bandas como Intervals, Killswitch Engage, Heavy Metal Ninjas, Disperse, Dream Theater, Angra, composições de guitarristas como Kiko Loureiro, André Nieri, Andy Timmons, Tom Quayle, Greg Howe, Guthrie Govan e etc…
Quais são seus planos para o futuro?
Estudar… Pretendo ainda absorver conhecimento e aperfeiçoar a técnica para além de suprir minhas expectativas pessoais como músico e com a banda, poder me tornar professor deste fantástico instrumento.
Você já tocou e viajou com muitas bandas. Com quais mais se divertiu?
Duas bandas marcaram demais minha trajetória até aqui, Medjai e Scream Ape. Mas hoje as viagens e shows com o Scream Ape são fantásticas! A galera é animada ao extremo e os caras são pura palhaçada! O que torna a convivência e pressão das apresentações mais leve!
O metal mudou muito em termos de som e estilo durante esses anos. Quais são as suas impressões?
O Metal se diversificou bastante. A busca de novas intenções, misturas e sonoridades só vem a acrescentar ao estilo. Alguns destes detalhes são diferenciais que de certa forma colocam bandas em evidência no mercado. Adicionando afinações mais baixas, guitarras com 7, 8 cordas deixando os riffs ainda mais brutais. A mistura de vocais melódicos e rasgados também me agrada bastante.
O rock ainda têm o poder de transformar mentalidades e efetivar mudanças sociais e políticas duradouras?
Claro! A música em si tem esse poder. O rock devido a união de muitos e ausência de preconceitos deveria ter maior força.
Porque o Brasil acabou se transformando no país do sertanejo?
Pra mim, o Brasil consome o que a mídia nos empurra goela abaixo. Não questionando a qualidade musical, pois sabemos que existem trabalhos de excelente qualidade no meio. Mas a questão também passa pelo investimento. Se o estilo musical tem dado um excelente retorno a empresários e produtores, a tendência é de maiores investimentos, o que nos traz o som que escutamos em rádios e o que vemos na TV.
Como resgatar e promover o metal nacional?
A cena precisa ser estimulada. Há a necessidade de maiores eventos, festivais e investimentos. O que vemos hoje são bandas cada vez mais independentes o que dificulta bastante os investimentos e exposição na mídia. É preciso também, uma maior participação e união das bandas e presença em massa da galera que curte o estilo.
O que você tem a dizer para quem deseja sair do armário dos instrumentos empoeirando e quer viver de música?
Inicialmente estude, pratique e muito, curta o que você está fazendo! Não há nada melhor do que trabalhar com o que se gosta né!
Mas ao meu ver, viver de música no Brasil é algo, sinceramente, difícil. Apesar de que atualmente temos várias opções para trabalharmos no meio musical, sendo professores de música, músicos de palco / bandas, músicos de estúdio, produções, gravações / edições e etc.