Teddy, nosso brother, kara genuíno da gota serena, nasceu com as baquetas nas mãos. Os anos 60 e 70 de fundo musical de sua infância. O Heavy Metal, vírus incurável, infecta de vez o kara, nos 80. Criador de estilos, dentro e fora da música. O kara das baketas!
Por Casito
Qual a maior dificuldade que as bandas enfrentam atualmente?
A falta de valorização dos produtores e das pessoas do local, por exemplo: fomos preteridos 3 vezes no festival Virada Cultural BH, mas nesse ano recebemos o segundo convite para tocarmos no Festival Youbloom realizado em Los Angeles, EUA, ou seja, não servimos para tocar na nossa casa, mas somos convidados para tocar na Cidade Mundial das Artes.
A tecnologia faz diferença no som da banda?
Sim. Na questão da sonorização da banda, no que se refere a equipamentos digitais que tornam o som mais audível e profissional.
Qual a importância das letras na sua opinião? O público se interessa pelas letras?
Eu acho que a mensagem é tudo. Mesmo porque a arte é interpretada diferente por cada um. E isso é uma coisa preponderante para a não aceitação das músicas do Concreto pela grande massa, pois, as letras da Banda fazem as pessoas pensarem, coisa que o brasileiro não gosta.
Qual a maior satisfação que você teve com música até hoje? Foi embaixo do palco ou em cima do palco – ou no backstage?
Foi tocar na Casa de Show Whishy a Gogo. A lendária casa na qual tocaram as mais lendárias Bandas da cena metal mundial.
A busca por um som diferente é uma constante?
Nem sempre, pois quando ouço Slayer espero escutar aquele som típico e não algo que não tenha aquele estilo e característica única deles.
Qual a melhor maneira de entender o que acontece no mundo underground?
Vivendo no mundo Underground. Eu vivo nesse mundo há 32 anos.
Qual o seu envolvimento com a cena atualmente?
Divulgando o som de Belo Horizonte pro mundo afora com as três bandas nas quais toco atualmente: Witchhammer, Banda Concreto e a mais nova, uma das bandas old school da cena Mineira dos anos 80, o Insulter.
Quais estilos e bandas merecem a sua atenção hoje em dia?
Nessa área das artes posso até ser meio radical, mas é e sempre será o Trash metal californiano.
O que você ouve de metal nacional?
Pathologic Noise, Chakal, Carro Bomba, Sepultura, Cracked Skull, Overdose, Kamicaze, Sagrado Inferno, Torture Squad, Eminence, Dorsal Atlântica, Buldogs, Sex Trash, Titãs, Holocausto, Certos Porcos, John no Arms, Disgrace and Terror, Violator e Nervosa.
Em 10 anos, ainda estaremos aqui?
Boa Pergunta.
O que pode mudar para melhor nos eventos que os produtores nacionais oferecem para as nossas bandas?
O tratamento.
O rock ainda têm o poder de transformar mentalidades e efetivar mudanças sociais e políticas duradouras?
Sim, mas depende da capacidade intelectual das pessoas, pois o Rock é muito mais que apenas um estilo musical.
Livros são fontes de inspiração para músicas?
Livros são inspiração para tudo.
Quais livros fizeram a sua cabeça?
20 Mil Léguas Submarinas e Viagem ao Centro da Terra de Júlio Verne, Escolha a Catástrofe de Isaac Asimov, De Revolutionibus Orbium Coelestium de Nicolau Copérnico, Principia Matematica de Isaac Newton, Uma Breve História doTempo de Stephen Hawking, Física em Seis Lições de Richard P. Feynman, Origem das Espécies de Charles Darwim, BIlhões e Bilhões Carl Sagan, O Fim da Infância de Arthur Clark e Missão Cumprida de Marcos Pontes.
O que falta no Metal Nacional?
Valorização do público.
Banda favorita de todos os tempos e estilos?
Black Sabbath.
Qual CD você daria de presente para o seu pior inimigo?
Padre Marcelo Rossi.
Cerveja, água, tequila, whisky, suco, cachaça, refri?
Tudo e mais o Caldo de Mocotó do Nonô.
Quem é você fora da cena?
Um professor de Física apaixonado com a Ciência e muito grato por poder tentar passar e mostrar como a natureza funciona.
E o Karai?
Vai bem obrigado … Kkkkk. Agora falando sério, dia 28/10/2017 tive uma experiência no ensaio da Banda Concreto, ao observar o comprometimento dessa Empresa, só visto por mim nos shows que fiz nos EUA. O mais alto nível de profissionalismo, do nível de qualquer empresa de Primeiro Mundo. É isso que estava faltando no Brasil.
Desce a lenha no que quiser. Seu espaço para digna indignação, protesto e o que mais precisar falar! Agradecemos pela confiança no Karai!
Bom. Já estou meio velho, cansado e sem paciência pra isso, mas o que me deixa indignado e frustrado é a falta de identidade e inteligência do povo brasileiro.